27.7.05


...E aí ela descobriu Billy Corgan, quero dizer, descobriu Smashing Pumpkins quando a abóbora já estava podre... Agora ela ama Corgan, quer lamber sua calvície, dormir em seu colo, sentir seus dedos e sua voz em suas entranhas. Eu tento me desligar. Pedi sushi e muito wasabi, quero derreter minha raiva, afogar as mágoas é coisa de loser. Me afogo com estilo. Morro se a vida me matar. Na estrada da vida tem motoristas e passageiros e eu sei quem sou. Beba coca-cola.
Continuei arrumando meus cds, colocando nome nos pobres que nem certidão de nascimento tem, pilhados de algum navio da internet. Que dó. Procuro uma música que não sei se já foi composta, jogo o disco do No Doubt no lixo. Presente de ex. Ex-presente de uma ex-banda. Algumas pessoas nos deixam gatilhos. Sempre que vou escrever lembro de minha avó. Sempre que machuco meu pé lembro do prego que quase atravessou meu pé quando tinha cinco anos e brincava de Homem de Aço com uma toalha azul calcinha amarrada no pescoço pronto para o meu super voô. Sempre que ouço Take Five(Dave Brubeck) lembro das noite de jogatina, cigarros, licores e planos de dominação global. A praia à noite me lembra do meu irmão mais velho. O cheiro do croissant fresquinho me lembra das piadas de prostitutas contadas pelo Tom quando voltávamos a pé atravessando downtown depois de uma noite de trabalho.
Algumas pessoas são esquecidas.
Algumas talvez nem existiram.
Algumas você tropeça na rua, mas não são elas, são só memórias, fantasmagóricas de pessoas que você ama ou odeia.
Não lembro de quando eu nasci. Não lembro de quanto dormi. Não lembro do nome de todos os cães que já tive. Ou das pessoas que já bebi. Ou das esquinas que deveria ter virado. Ou das saudades que já bateram.
Ainda não lembrei da música, nem quem compôs, nem se ela existe. Ela continua lá. Ipod na mão, cabelos soltos pelo ar, como um comercial de shampoo, esvoaçante, plástico. Plástico. Tudo no mundo tem sua versão plástica. Pessoas, seios, cabelos, corações. No K-mart vendem dates. Um para cada dia da semana. Se você pagar mais caro pode levar a menina de plástico Bi. Dizem que lá pelas tantas sua amiga hipster bate à sua porta perguntando se você QUER SE divertir.
He drinks a whisky drink
He drinks a vodka drink
He drinks a lager drink
He drinks a cider drink
He sings the songs that
Remind him
Of the good times
He sings the songs that
Remind him
Of the better times:

Oh danny boy
Danny boy
Danny boy...

I get knocked down
But I get up again
You’re never going to
Keep me down

Porra!! Não é essa música. Agora esse maldito refrão não me sai da cabeça:
I get knocked down
But I get up again
You’re never going to
Keep me down

I get knocked down
But I get up again
You’re never going to
Keep me down

I get knocked down
But I get up again
You’re never going to
Keep me down

I get knocked down
But I get up again
You’re never going to
Keep me down

I get knocked down
But I get up again
You’re never going to
Keep me down

AAAAAARRRRRRRRGH!!!!!!!!!!!!
Vou pedir o Billy Corgan emprestado.

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