22.11.05

I

Quando começa? Aos 13. Você tem 13 e eu tenho 15, sua mãe gosta de mim, mas não sabe que eu gosto de você, na verdade nem você sabe que eu gosto de você e você nem gosta de mim. Eu vejo você na escola, cada vez mais bonita, cada vez mais brilhante. Eu não sei porque não falei que te amava antes. Não sei se era amor, não tenho certeza. Era uma sensação estranha, como se tivesse milhares de flores no estômago, flores no meio de uma tempestade e eu sempre queria falar com você, apesar de não ter nada para falar, mas queria estar perto de você, na sua volta, realizar seus desejos, guardar você no meu bolso, e abraçá-la e beijá-la. Talvez fosse só uma paixão de verão. E tinha ciúme, muito ciúme, por que os outros tinham olhos e enxergavam você, quase como eu enxergava. O mundo sempre se tornava injusto nessas horas. Esqueça os mortos de fome, os pestilentos, os mutilados de guerra e de minas, eu era o maior miserável do mundo. E sempre me vinham esses pensamentos malucos, onde eu deveria possuir um elo psiquico com você para que visse como eu estava apaixonado ou nessas poções de amor. Ah! E as sessões de comédias românticas... Assistia Harry & Sally todos os dias quando chegava da escola e sonhava em uma cena como a do final onde eu dizia todos os porquês da minha paixão.

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